quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

A infindável luta pela satisfação das necessidades *


Corres, saltas, pulas,
O que buscas?
Desvias, ludibrias, procuras,

O que buscas?

Apressas o passo, olhas o relógio,
O tempo urge e não pára…
Espera! Senta-te aí,
No calor calmo desta fogueira,
Lê comigo a melodia mágica
De um verso simples.
Estás preso à vida,
As cordas coagem os teus movimentos
Nas incompreensíveis questões —
Prisão mais feroz
Jamais inventada!
Olha para ti: persegues o trabalho
E o bem-estar social,
Queres materializar os teus desejos
Numa perfeição iníqua,
Queres viver apressado,
Buscar tudo e acabar…
Imperfeito…
Na simplicidade de um abraço
Eterniza a amizade já esquecida.
Caminha à velocidade do tempo
No espaço que te é reservado,
Nele encontrarás uma paisagem.
Não questiones a sua beleza.
Ela é bela na sua realidade.
Desfruta-a!
Contempla estes pequenos deleites!
Saboreia o que a vida tem para te dar,
Não a forces a dar o que não quer.



Sentados em contemplação silenciosa do fogo, homens arremessam o olhar sobre o mistério. Qual o sentido para a vida? Descobrem a interrogação e, sob a sua sombra perturbante, constroem a humanidade. Agarrados à questão deslizam pela ideia. *




* Ricardo Oliveira

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